As mulheres e os homens estavam espalhados pela Terra.
Uns estavam maravilhados, outros tinham-se cansado.
Os que estavam maravilhados abriam a boca,
Os que se tinham cansado também abriam a boca.
Ambos abriam a boca.
Houve um homem sozinho que se pôs a espreitar esta diferença
- havia pessoas maravilhadas e outras que estavam cansadas.
Depois ainda espreitou melhor:
Todas as pessoas estavam maravilhadas,
Depois não sabiam aguentar-se maravilhadas e ficavam cansadas.
As pessoas estavam tristes ou alegres conforme a luz para cada um
- mais luz, alegres – menos luz, tristes.
O homem sozinho ficou a pensar nesta diferença.
Para não esquecer, fez uns sinais numa pedra.
Este homem sozinho era da minha raça – era um Egípcio!
Os sinais que ele gravou na pedra para medir a luz por dentro das pessoas
Chamaram-se hieróglifos.
Mais tarde veio outro homem sozinho que tornou estes sinais ainda mais fáceis.
Fez vinte e dois sinais que bastavam para todas as combinações que há ao Sol.
Este homem sozinho era da minha raça – era um Fenício.
Cada um dos vinte e dois sinais era uma letra.
Cada combinação de letras uma palavra.
Todos os dias faz anos que foram inventadas as palavras.
É preciso festejar todos os dias o centenário das palavras.
©JOSé DE ALMADA NEGREIROS