Cerco do Porto em 1832 para 1833 (O)
24617-L24[OWEN (Coronel)].— O CERCO DO PORTO EM 1832 PARA 1833. Sua origem, e traição do ex-Infante D. Miguel - Usurpação do Throno de Portugal á Senhora D. Maria 2ª e perseguição de seus Subditos - Gloriosos feitos dos heroes Liberaes nas Ilhas dos Açores, e se
“Este velho livro teve sempre para mim um grande encanto. Antes de o ler, ouvi-o da boca de minha avó, miguelista ferrenha, que me contava, sentada no banco do quintal, a guerra dos dois irmãos.
(…) Ouvi-lhe todo o cerco, assisti com ela à entrada dos sete mil e quinhentos esfarrapados «que só venceram por traição do Povoas», e a outras peripécias que mais tarde procurei neste volume a que faltavam folhas.
(…) Quase lidei com todos estes fantasmas. Foi por isso decerto que o livro sempre me encantou, apesar de escrito numa língua-de-trapos. E talvez a língua arrevesada lhe aumentasse ainda o prestígio… Figurava-se-me ter ao pé de mim o pitoresco inglês descrevendo o Saldanha, o Torres obstinado na defesa da Serra e sem vintém para rapé, D. Pedro despindo o casaco para ensinar um carpinteiro a talhar o reparo duma peça, os labrostes dos arredores, com o saco às costas e a faca no saco, à espera do assalto à «rica cidade dos malhados» … – os quadros, as cenas, as figuras, que Owen, observador inteligente, anota e põe de pé com realce e precisão.”
Raul Brandão, prefácio de O Cerco do Porto, do Coronel Owen, 2.ª ed. Porto: Renascença Portuguesa, imp. 1920
São raros os exemplares da primeira edição deste livro de Hugo Owen, publicado anónimo, importante para a história dos memoráveis acontecimentos históricos ocorridos entre D. Pedro e D. Miguel.
Encadernação da época com lombada em pele, um pouco cansada. Duas assinaturas de posse, antigas, no frontispício. Algumas anotações da época ao longo do do livro sem afectar o texto.