Voz Própria — Jorge Ginja e Mário Viegas
21548-IGINJA (Jorge) & VIEGAS (Mário).— VOZ PRÓPRIA. Poesia Resistência e Liberdade. (In-Libris & Direção Regional de Cultura do Norte) 23x23 cm. 194-VIII págs. E.
"Este livro provém de um achado. Um achado “arqueológico”, se assim lhe quisermos chamar. Transporta-nos a um tempo em que a poesia não podia dizer.
As bobines que Jorge Ginja guardou por mais de 50 anos foram gravadas pedindo ele, emprestada, a voz a Mário Viegas para que lhe dissesse as poesias que queria levar para a guerra.
Fazemos agora, com elas, um livro. Constitui-se por estas palavras (outrora) ditas pelo jovem Viegas quando tinha 21 anos.
Criamos-lhe dois caminhos: um, pode ser percorrido por via dos dois compact disc colocados na pasta anterior deste livro e leva-nos ao todo da obra gravada; outro, oferece-nos cada texto individualmente. O leitor encontrará, no início de cada escrito, um pequeno QR code a que facilmente poderá aceder com o seu telemóvel. Este é o caminho que nos leva a cada poema, um de cada vez.
Nas portadas que anunciam a poesia e o teatro, um QR code o guiará até ao conjunto destas secções em modo contínuo.
Estas gravações não foram criadas com a intenção de se virem a tornar públicas, pelo que se verificam algumas pequenas divergências entre os textos ditos e os textos impressos nas edições originais que optámos por aqui utilizar."
Abrem o livro os textos "Uma breve palavra" de Manuela Jorge e "Um gravador, uma fita e a poesia" de Manuel Alegre.
Bela edição com chancela da In-Libris, acompanhada por 13 imagens saídas da objectiva do fotógrafo Paulo Gaspar Ferreira, impressas a negro sobre papel de excelente qualidade.
A pasta da frente alberga dois Compact Disc's que registam a voz de Mário Viegas dizendo os textos que integram esta edição.
A presente edição é composta pelos textos:
POESIA
01. Elegia para uma gaivota — Sebastião da Gama
02. [Nunca encontrei um pássaro morto na floresta] — José Gomes Ferreira
03. Liberdade — Armindo Rodrigues
04. Homem, abre os olhos e verás — Armindo Rodrigues
05. [Palavras não existem] — Gastão Cruz
06. Correio — Manuel Alegre
07. Rosas vermelhas — Manuel Alegre
08. Fala de um viajante de terceira classe — Manuel Alegre
09. Metralhadoras cantam — Manuel Alegre
10. Poemarma — Manuel Alegre
11. País de Abril — Manuel Alegre
12. A primeira canção com lágrimas — Manuel Alegre
13. Lenda do soldado morto — Bertolt Brecht
14. Aos que vão nascer — Bertolt Brecht
15. Canção do dramaturgo — Bertolt Brecht
16. Cartilha de guerra alemã — Bertolt Brecht
17. Trovas geneológicas — José Carlos Ary dos Santos
18. Catinga de inimigo — José Carlos Ary dos Santos
19. A comichão do poema — José Carlos Ary dos Santos
20. Pavana para uma burguesa defunta — José Carlos Ary dos Santos
21. [A cidade é um chão de palavras pisadas] — José Carlos Ary dos Santos
22. O turismo — José Carlos Ary dos Santos
23. Lisbon by night — José Carlos Ary dos Santos
24. A agua de Lourdes — Guerra Junqueiro
25. Catedral de Burgos — António Gedeão
26. Poema para Galileo — António Gedeão
27. De porta em porta — Alexandre O’Neill
28. Periclitam os grilos — Alexandre O’Neill
29. Uma Lisboa remanchada. Avenida da Liberdade — Alexandre O’Neill
30. Uma Lisboa remanchada. Chiado — Alexandre O’Neill
31. Uma Lisboa remanchada. Parque Eduardo VII — Alexandre O’Neill
32. Uma Lisboa remanchada. Travessa do Poço da Cidade — Alexandre O’Neill
33. Uma Lisboa remanchada. Ao Benformoso — Alexandre O’Neill
34. Uma Lisboa remanchada. Beco da Mal-Amada — Alexandre O’Neill
35. Uma Lisboa remanchada. Azinhaga do Guarda-Só — Alexandre O’Neill
36. Uma Lisboa remanchada. No Mestre Escama: Azulejo — Alexandre O’Neill
37. Caixadóclos — Alexandre O’Neill
38. Cortejo — Alexandre O’Neill
39. Sonetos garantidos… — Alexandre O’Neill
40. O quotidiano «não» — Alexandre O’Neill
41. Um adeus português — Alexandre O’Neill
42. (O desespero da piedade) — Vinicius de Moraes
43. O operário em construção — Vinicius de Moraes
44. O homem invisível — Pablo Neruda
45. Ode ao pão — Pablo Neruda
46. Fábula — Joaquim Namorado
47. Aventura nos mares do sul — Joaquim Namorado
TEATRO
48. Pequenos burgueses (cena da peça) — Máximo Gorki
49. Os malefícios do tabaco — Anton Tchékhov
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——— Saiba Mais ———
"Em 1969, Mário Viegas gravou 40 poemas e dois textos dramáticos, para o amigo Jorge Ginja levar para a Guerra do Ultramar. A gravação inédita inclui poemas de autores proscritos pelo regime de Salazar, como O'Neill, Neruda, Brecht ou Ary dos Santos.
Gravada quando Viegas integrou o Teatro Universitário do Porto, a fita percorreu mais de seis mil quilómetros na mala de viagem do médico Jorge Ginja, chamado a combater em Angola.
Naquele tempo, a poesia também era uma arma.
A família do médico do Porto resgatou a bobine e prepara-se para lançar um audiolivro, com prefácio de Manuel Alegre, que assinala os 25 anos da morte do ator e declamador.
A Reportagem Especial "Poemas de levar para a guerra" é da autoria do jornalista Carlos Rico, com imagem de Carlos Morais, edição de imagem de Francisco Carvalho, grafismo de Isabel Cruz e coordenação de Marta Reis."
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