RAIO (O)

O RAIO por Garcia Pulido. Publicação Quinzenal de balanço á vida portugueza. Coimbra. Livraria Neves — Editora. 1914. 3 números E em I vol.

“Quando se aventa qualquer coisa á rua, liquidos cheirosos ou farrapos de prosa galhofeira — é de uso avisar, por motivo duma delicadeza imensas vezes dispensavel, os que por baixo passam, não seja o caso que o diabo as arme, e êles, alegando traiçoeiros intuitos, enreguem a ganguear, de perna curva em manqueira, num desses sarrabulhos que, dia a dia, vêmos pelas esquinas ao juntarem-se em malta os cães vadios, rabos com rabos, fazendo um circulo de dentuças, por um instinto covarde de comum defeza. Claro que, se a ninguem tenho de pedir mercê para dizer o que sinto, desde já me dou por dispensado de explanar mais razões justificativas do aparecimento do pamfleto.
As lacunas desaparecêram dês que no abandalhado casarão de S. Bento, um burro feito homem por obra do diabo que o carregue, se alembrou de as mudar em lácunas. (...)”
De muito raro aparecimento no mercado, esta publicação , escrita com muito humor, faz um balanço da vida portuguesa na época que se confrontava com as lutas entre monárquicos, republicanos e integralistas.
Capas das brochuras impressas em papel de cor.

Encadernação com lombada em chagrin. Por aparar. Conserva todas as capas das brochuras.