MUNDO GRÁFICO
05614-L2MUNDO GRÁFICO.— Revista Quinzenal. Director Artur Portela. Editor Rocha Santos. 1940-1945. 5 vols. 24,5x33 cm. E.
Nas palavras de Baptista-Bastos Artur Portela “(...) fazia parte dessa estirpe de jornalistas para a qual a profissão, sendo uma incómoda magia, era, sobretudo, um testemunho qualificado do labirinto onde se dissimula a alma humana. Um jornalista de grande formato moral, que enfrentara os caprichos do tempo e as arbitrariedades dos mandantes com serena e altiva dignidade. Numa época inclemente e sem esperança, num Portugal cujo governo não ocultava simpatias pelo nazi-fascismo, ele assumira um cargo que muitos haviam recusado: dirigira, durante a Segunda Grande Guerra, a revista Mundo Gráfico, a única na Europa, com excepção da Inglaterra, favorável à causa dos Aliados. Uma publicação antagonista do esquecimento e oposta à indiferença, objectante daqueles que julgavam tudo perdido. O honrado jornalista português escrevera: "Enquanto houver um homem livre, a liberdade será defendida." Não era uma bravata: era uma espécie de justificação das ilimitadas dimensões da esperança, e uma insurreição contra as improváveis leis do acaso. O Mundo Gráfico obedecia aos imperativos da consciência democrática, num país onde o breviário oficial, com o incenso do hissope, atirava para a masmorra aqueles dos quais se lhe opunham.(...)”.
Profusamente ilustrada esta revista de actualidades nacionais e internacionais, tinha o visto da comissão de Censura. A página feminina era da responsabilidade de Aurora Jardim, bem como a de Cinema se encontrava a cargo de António Lourenço. Carlos Ferrão, Cândido Oliveira, S. Saboya, Rocha Martins, e tantos outros colaboradores. Da revista consta ainda a publicação de novelas de que citamos apenas alguns nomes: Arlette Lopes Navarro, Aleixo Ribeiro, Castro Soromenho, Cristiano Lima, Guedes Correia, Guedes de Amorim, Rodrigo de Mello, etc.
Encadernações com lombada em pele, conservando as capas das brochuras.