IMAGO MUNDI

12227-L22
  • 850,00 €


IMAGO MUNDI. (Yearbook of Old Cartography. Edited by Leo Bagrow and Hans Wertheim). 1935- 1972+3 volumes  (1975+1976+1977) pertencentes à segunda série. 21x30 cm. 9 vols. E.

A Imago Mundi é uma das mais importantes revistas mundiais dedicada à história da cartografia e acompanhou a expansão do interesse por esta disciplina no meio académico no início do século XX. Foi fundada em Berlim em 1935 por Leo Bagrow, reputado especialista na área, que a dirigiu até falecer, em 1957 –  o seu obituário e bibliografia encontram-se publicados no n.º 14 (1959) desta sua revista.

A despeito do enorme sucesso da Imago Mundi logo a partir do primeiro número, a atribulada situação política na Alemanha levou a que o número seguinte fosse publicado apenas em 1937, já no Reino Unido. Ao terceiro número, que só viu o prelo em 1939, seguiu-se uma nova interrupção, desta vez devido à eclosão da Segunda Guerra Mundial.

A paz permitiu o regresso da publicação em 1947, agora com sede em Estocolmo, embora os artigos continuassem a ser apresentados em língua inglesa.

Em 1957, a morte do seu fundador e editor principal resultou numa nova suspensão da publicação, que só foi retomada em 1959, na Holanda. Em 1961, a esposa e herdeira de Bagrow transferiu a propriedade da revista para a empresa Imago Mundi Ltd., sediada em Londres, embora a publicação se mantivesse na Holanda.

Nos anos que se seguiram, a reformulação do corpo directivo e editorial da revista associou-se à entrada de Armando Cortesão – o famoso historiador da cartografia que protagonizou a coordenação da Portugaliae Monumenta Chartographica (1960-62) – na respectiva Comissão de Gestão e de Avelino Teixeira da Mota no Painel de Editores a partir de 1962, bem como ao início do inestimável apoio financeiro prestado pela Fundação Calouste Gulbenkian, que se iria manter até 1970. A partir de 1967, a Comissão de Gestão foi transformada num Painel de Directores, continuando a integrar Armando Cortesão.

Em 1972, a publicação foi mais uma vez interrompida, sendo retomada a partir de 1975 como órgão oficial da Sociedade Internacional para a História da Cartografia.

De referir que com excepção do primeiro número, maioritariamente redigido em língua alemã, todos os outros foram publicados em língua inglesa.

Além de apresentar um notável acervo de artigos de investigação na área da história da cartografia mundial e das suas instituições, incluindo no que respeita à Antiguidade e às tradições árabes, do Extremo Oriente e até da América Pré-Colombiana, numerosas nomenclaturas e relações cartográficas, bibliografias e recensões críticas, uma crónica sobre os mais importantes eventos que marcaram a disciplina durante todo o período da sua publicação, bem como biografias e retratos das suas personalidades notáveis, a Imago Mundi reveste-se de especial relevância para os estudiosos portugueses, uma vez que são nela abundantes os artigos relacionados com o nosso país e a Era das Descobertas, destacando-se os três artigos da autoria de Armando Cortesão:

“The North-Atlantic nautical chart of 1424” (1953).

“Note on the Castiglioni planisphere” (1954).

“An early chorographic map of Portugal” (1965).

A colecção que se apresenta é particularmente interessante por ter pertencido exactamente a Armando Cortesão, possuindo a maior parte dos números a respectiva assinatura de posse. Muitos dos números, em especial os primeiros, contêm anotações e apontamentos marginais registados a lápis pelo seu próprio punho.

Profusamente ilustrada com numerosas reproduções a negro de exemplares cartográficos, frequentemente em extra-textos desdobráveis.

De raro aparecimento no mercado nesta sua primeira edição.


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