CANTOS DE MALDOROR
18723-B1DUCASSE (Isidore).— CANTOS DE MALDOROR. Tradução Manuel de Freitas. Desenhos de Ricardo Castro. Pensar-estremecer Silvina Rodrigues Lopes. (Edições Homem do Saco. 2015). 17,5x23 cm. 299-III págs. E
Escrita por Isidore Ducasse, usando o pseusónimo de Conde de Lautréamont, e publicada em 1869, é considerada uma obra pioneira da literatura fantástica. Sobre ela, André Breton escreve: “Um olhar absolutamente virgem espia o aperfeiçoamento científico do mundo, ultrapassa o carácter consciente utilitário desse aperfeiçoamento, e situa-o, com tudo o mais, na própria luz do apocalipse. Apocalipse definitivo é esta obra na qual se perdem e exaltam as grandes pulsões instintivas em contacto com a gaiola de amianto que encerra um coração aquecido até ao branco. Tudo o que, durante séculos, da mais audacioso se pensar e empreender, já aqui de antemão foi, na sua mágica, formulado. O verbo, e não já o estilo, sofre, com Lautréamont, uma crise fundamental, marca um recomeço. Acabaram-se os limites que permitiam às palavras estabelecer relações com as palavras, e as coisas com as coisas. Um princípio de perpétua mutação apoderou-se tanto dos objectos como das ideias, tendente à sua total libertação, a qual implica a libertação do homem. A linguagem de Lautréamont é, quanto a isto, não apenas dissolvente, mas um plasma germinativo inigualável”.
Ilustrado com desenhos de Ricardo Castro com excepção das páginas 285 e 291 que têm ilustrações de Gustave Doré, e da página 300 de Félix Vallotton.
Tiragem de 666 exemplares, numerados.
Encadernação dos editores.