Cancioneiro Chinês — António Feijó
22528-L22FEIJÓ (António).— CANCIONEIRO CHINEZ. Porto. Magalhães & Moniz - Editores. 1890. 11,5x20,5cm. XIV-113-III págs. E.
António Feijó, diplomata nascido em Ponte de Lima, «[...] de rara sensibilidade, culto, lúcido, espirituoso, com grande sentido rítmico, deixou uma vasta obra, marcada pelo romantismo, pelo parnasianismo, de que foi primeira figura, e finalmente pelo simbolismo saudosista. [...] Soube, aliás, reformular com talento as aquisições estéticas que foi acumulando ao longo do seu peregrinar pela Europa e pelos trópicos. O seu Cancioneiro Chinês, inspirado em La Poésie des Tangs, de Résumat, e no Livro de Jade, traduzido por Judith Gauthier, insere-se na voga finissecular do orientalismo. [...]» (In Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Publicações Europa-América, Mem Martins, 1990)
Formou-se em Direito em Coimbra, tendo exercido a advocacia por um breve período de tempo e seguido depois a carreira diplomática. Foi cônsul no Brasil (1886) e, até à data da sua morte, ministro de Portugal na Suécia, onde veio também a casar. Poeta ligado ao parnasianismo, é considerado o representante português, por excelência, deste movimento estético. Destacou-se pela sua destreza formal, recorrendo aos mais variados tipos de verso, e por um certo exotismo, patente, por exemplo, na adaptação de poemas chineses em Cancioneiro Chinês (1890). Os seus temas estão frequentemente ligados a um certo desencanto, a um sentimento de decadência e mágoa (também devido ao afastamento de Portugal), e ainda de pessimismo. Ao tema recorrente da morte associa um ideal de beleza fria e mórbida. O seu estilo contido e requintado, reflectindo, apesar da sua temática obsessiva, um distanciamente aristocrático, coloca-o num lugar singular da poesia do seu tempo.
Primeira e muito rara edição de um dos mais estimados livros do autor
Encadernação com lombada e cantos em pele. O exemplar não apresenta as raras capas de brochura.