ANTÓNIO MARINHEIRO
08004-L22SANTARENO (Bernardo).— ANTÓNIO MARINHEIRO. (O Édipo de Alfama). Peça em 3 actos. (2ª edição). Edições Ática. Lisboa. (1966). 18x20 cm. 150-IV págs. B.
Escreve Óscar Lopes no Comércio do Porto: “António Marinheiro retoma o jogo fundamental de situações do édipo de Sófocles, com todas as implicações que a psicanálise tirou da história. Mas enquanto na tragédia grega os protagonistas aceitam a condenação da opinião pública, assumem a culpa por um encadeamento, aliás fatal, de acontecimentos que os levam sem saber à ignomínia, a protagonista da tragédia de Santareno rejeita a condenação, reivindica o direito de sobreviver à vergonha e apostrofa o amor proibido e perdido, revoltando-se contra o código do bem e do mal que lhe impõem. Para mim, o momento até agora capital do teatro de Santareno é aquele em que Amália, no remate da última peça, se nega a reconhecer um mal absoluto nos seus sentimentos, ao cabo de uma crise que nos empolga num crescendo de todo o último quadro”. Peça que valeu a Santareno um processo de censura.
Capa e maquetas de Otelo Azinhais.