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Ilustração Portuguesa

21850-L22
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A ILUSTRAÇAO PORTUGUESA. — Revista semanal dos acontecimentos da vida portugueza. Vida social, vida política, vida artística, vida litterária, vida mundana, vida sportiva, vida doméstica.  II série, n.º 1 [1906] a nº947 [1924] Lisboa. 22x32 cm.  37 vols. E.

Apresentamos aqui a segunda  série daquela que é a mais importante revista  do princípio do século XX, em portugal.

“Sob a direcção de Carlos Malheiro Dias, surge, a 26/2/1906, uma «nova» IP «radicalmente transformada […] melhorada e ampliada», destinada a «pôr ao alcance de toda a gente […] a alta reportagem de todos os factos da nossa história social», «brilhantemente ilustrada» pela fotografia, pelo desenho, pela crónica, «por todos os processos, enfim, de tornar flagrante e vívida a história dos costumes portugueses contemporâneos» (12/2/1906). Subintitulada Revista semanal dos acontecimentos da vida portuguesa: vida social, vida política, vida artística, vida literária, vida mundana, vida sportiva, doméstica, a IP constitui um importante acervo da realidade lusa do primeiro quartel do século XX. Publica, nomeadamente, artigos dedicados a Ângelo de Lima (14/8/11), à «Pintura Futurista» (11/3/12), aos «Poetas Paranóicos» (19/4/15), às experiências baléticas de Almada e Rui Coelho (3/4/16; 13 e 20/5/18), ou à chegada dos Ballets Russes a Lisboa (3/12/17). No âmbito do modernismo, a IP apresenta Mário de Sá-Carneiro – do qual são publicados «O Sexto Sentido» (2/9/12), «Rodopio» (29/12/13) e «A Batalha do Marne» (20/12/15) – como um dos seus colaboradores literários, facto que o poeta refere jocosamente em carta a Fernando Pessoa:«Se viu [a IP de 6/12/15] rebentou, por certo à gargalhada: vem com efeito lá uma página anunciando o número de Natal onde figuram os retratos dos colaboradores: Júlio Dantas, Augusto de Castro, etc., e... Mário de Sá-Carneiro, o homem do Orpheu! É fantástico!» (Paris, 12/12/15). Quanto à colaboração artística, para além da assiduidade com que Stuart Carvalhais ilustra as páginas da revista a partir de 1913, a IP conta com os desenhos de Almada acompanhando «A Torre» de Nuno Simões (10/11/13), «Rodopio» de M. de Sá-Carneiro (29/12/13), e «Uma Aventura de Dom Polichinelo» de Manoel de Sousa Pinto (9/2/14). A renovação da revista implica também a criação de um Salão destinado a promover conferências, concertos e exposições – dedicadas, nomeadamente, embora sobretudo nos anos vinte, a artistas modernistas como Diogo de Macedo, Carlos Porfírio, Mário Eloy, Milly Possoz ou Sarah Affonso. Em Outubro de 1921 António Ferro assume a direcção da IP, sendo substituído em Maio de 1922, aquando da sua viagem ao Brasil, por João Ameal. «Dirigida por um modernista», a publicação, que se quer «Europeia», visa a «integrar Portugal na Hora que passa» contando para isso com «os novos», com «todos aqueles que dizem mal do que está feito, com todos aqueles que podem fazer melhor» (8/10/21). São consagrados artigos a Charlot, Marinetti, Pavlova, aos Bailados Russos, à Dança em Portugal, ao Teatro d’Arte, etc. – figuras e temas caros a A. Ferro. Além da colaboração gráfica permanente do desenhador Bernardo Marques, a revista apresenta capas, ilustrações e reproduções de obras de inúmeros artistas modernistas: Albert Jourdain, António Soares, C. Porfírio, D. de Macedo, Eduardo Viana, Guilherme Felipe, Jorge Barradas, M. Possoz, S. Affonso, S. Carvalhais… Almada surge novamente com a historieta ilustrada «O velho, o rapaz e o burro» (8/10/21), com um excerto ilustrado d’A Invenção do Dia Claro – «A Flor» (10/12/21) – e com um desenho de toureiro (15/4/22). De Fernando Pessoa, A. Ferro publica dois poemas, a 28/1/22 e 11/2/22: «No entardecer da terra», com o título «Canção de Outono», e «Sol nulo dos dias vãos», com o título «Canção».” — Sara Afonso Ferreira.

Encadernações recentes, em percalina, com os ferros originais gravados a prata nas pastas dianteiras e lombadas e, a seco, nas pastas traseiras.

Preserva as capas das brochura originais.

Atendendo ao peso da obra, a compra deverá ser antecedida da consulta sobre o valor de portes que, neste caso, fica a cargo do comprador tanto para território nacional como para o estrangeiro.


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