Panfletos (I)
11929-L22PROENÇA (Raul).— PANFLETOS. I. A Ditadura Militar. História e análise dum crime. (Lisboa. 1926). 12x19 cm. 78-II págs. B.
“Não obedecerão estes PANFLETOS nem a periodicidade certa, nem a objectivo determinado. Surgirão no momento. Dirão as preocupações que me dominam — a minha reacção pessoal perante factos, os homens e as idéas. De tudo terão um pouco: da análise fria e do sarcasmo, da doutrina serena e da polémica — claridade, protestos, vitupérios. Não recuarão ante nenhuma fôrça: nem a dos músculos, nem a do número, nem a da tiragem, nem a das armas. Falarão aos outros como eu falo comigo mesmo. Será, pois, com sua licença, um temperamento que irá passar no écran. Dicidi-me a viver. No perigo? Talvez. Mas acima de tudo na ânsia de me dar — no desejo de pôr sobre êste Charco imundo uma espada coruscante, uma chama a arder...”
Impressos clandestinamente, na última página pode ler-se sarcasticamente: "Este panfleto não foi visado pela Comissão de Censura".
Curiosamente não indica a tipografia onde foi impresso, embora diga que foi composto e impresso por Miguel da Cruz, seguido da seguinte mensagem: “O Autor d’este panfleto, honrando-se com ela, agradece e aceita a solidariedade que tão expontaneamente lhe quiz dar êste nobre e inteligente trabalhador”.
Porém, em 1939, o Panfleto foi mesmo proibido de circular, como pode ver-se no relatório abaixo.
Miolo em excelente estado de conservação.(Documento retirado de Ephemera, Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira)