MICROSCOPIO DE VERDADES OU, OCULO SINGULAR

20702-B1
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MICROSCOPIO DE VERDADES OU, OCULO SINGULAR, para O Povo Portuguez ver puras, e singelas verdades despidas dos caprichos, e paixões particulares, e outras expostas abrilhante luz do patriotismo, depois de terem sido descobertas por elle, entre as sombras do erro, da ignorancia, ou malicia dos Godoyanos, Ao Geral da Nação Portugueza, para Saber o que foi, e pode tornar a vir a ser em Agricultura, Industria, Commercio, Armas, e Letras: Por Hum verdadeiro, e zeloso filho da Regiaõ dominante do Paiz. Um dos mais fieis e leaes Vassalos: Do Principe Regente Nosso Senhor, que Deos guarde por muitos annos; E mais zeloso patriota do sem commum, e Gloria da Nação, Natural da P. do Minho, F.A.M. Londres. Impresso por W. Lewis, St. John’s-square. 1814. 13x21,5 cm. 2 números. Enc. em I.

São os dois primeiros números deste Jornal  (de que pelo menos terá tido oito números) cujo autor “Natural da P. do Minho, “ é Francisco d’Alpuim Menezes. O propósito era o de fazer oposição a um outro jornal, igualmente publicado em Londres, e dirigido por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, figura considerada percursora dos denominadaos “jornais de Londres”, bem como dos  jornais redigidos por portugueses no exílio entre 1808-1820. É igualmente considerado pai do primeiro jornal brasileiro: Correio Braziliense ou Armazém Literário que circulou entre 1808 e 1822, e contra o qual o Microscopio de Verdades se opõe: “(...) mas ja que naõ posso aspirar á tanto satisfaço os meus desejos, lembrando aos mesmos Senhores o modo de apoderem adquirir: cuja vantagem nacional no caso que se consiga, a primeira pessoã á quem á Naçaõ a deve agradecer he a Sabio Redactor do Correio Braziliense, por ser o primeiro que nos ensinou o caminho por onde deviamos marchar: mas assim como naõ só sou franco em lhes confessar este meu grande merecimento, e relevantes serviços que fez, faz, e vai (athe mesmo por sua causa) recebendo de outros á Naçaõ Patria, e May commum delle e nossa; a pezar da minha gratidaõ, reconhecendo o como Mestre meu, e de todos os Escriptores livres de Portugal, por isso mesmo que elle de o exemplo de escrever com liberdade naõ obriga os discipolos ajurar — in verbo Magistri — e por tanto bem que concorde quasi sempre com elle nos principios que estabelece por theoremas de sua douctrina, naõ posso por modo algum conformar-me com a applicaçaõ que de  muitos faz acertos casos particulares, como por exemplo, julgar o Tratado nullo, que em 1810 fez o Governo Portuguez com da Gram Bretanha (aque elle chama Roividico, devendo antes chamar-lhe Strangford, por ser mais vantajoso para Inglaterrs, razaõ porque se chamou Mathuen ao de 1703) e depois de o julgar bem, e judiciosamente nullo em seu principio, e por principios inherentes a elle, por fim o julga valido pela aceitaçaõ, que o Governo fez delle; e por tanto principio a minha obra mostrando que conforme os mesmos principios do mesmo Senhor Redactor o tratado foi nullo desde o principio, continua a ser, e estar nullo, e será sempre nullo pela natureza de direito (...)”

De muito raro aparecimento no mercado.

Encadernação da época, com lombada em pele decorada a ouro, com defeito. Corte rectangular, com falta de papel, na página que antecede o prólogo. Pequeno restauro no frontispício. Restauro grosseiro nas páginas 111-112.


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