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SOL NASCENTE

19191-LL


SOL NASCENTE. Quinzenário de Ciência, Arte e Crítica. Comissão Directiva: Carlos F. Barroso, Lobão Vital, J. Soares Lopes. Editor e Proprietário: Dilermando Marinho.  Porto. 23,5x33 cm. 45 números Enc. em I vol.

“Fundamento — A obra que Sol Nascente pretende realizar reveste-se de aspectos claros e de finalidades amplas. Guiado por um desamor profundo às paixões e às cegueiras, orientar-se-á pela mais serena visão crítica, nos problemas que seja levado a tratar em suas páginas; tendo como fim contribuir para o elevamento do nível cultural português, juntando os seus esforços aos outros nobres esforços que se afirmam, Sol Nascente não esquece a frase límpida do nosso Eça: O fim de tôda a cultura humana consiste em compreender a humanidade. Sentindo o valor da serenidade, no mundo desvairado, apercebendo-se de quanto vale o auto-domínio, no mundo que não se domina, Sol Nascente manterá uma feição de educativa análise dos valores e dos factos, não se entregando de leve às apreciações infundamentadas e imprecisas. Quere ter uma norma, que encontra num pensamento de concórdia, assente numa fórmula moral de idênticos direitos e, de muito respeito. Assim, em poucas palavras, crê dar a primeira definição do que pretende; a sua obra dirá o seu valor.”

Acolheu numa primeira fase escritores de várias correntes literárias: presencistas — José Régio, João Gaspar Simões, Adolfo Casais Monteiro; Monárquicos — Castelo Branco Chaves; Seareiros — António Sérgio, Hernâni Cidade, Irene Lisboa, etc., prevalecendo no final os escritores ligados ao neo-realismo — Abel Salazar, Mário Dionísio, Manuel da Fonseca, João Cachofel, Fernando Namora, Joaquim Namorado, Alves Redol, Jofre do Amaral, entre outros.

Viu, nas suas páginas, algumas das mais acesas polémicas, como as que opuseram Abel Salazar a António Sérgio. “(...) O confronto entre presencistas e neo-realistas foi uma constante deste jornal (...) Um dos pontos mais elevados deste confronto teve início com um artigo de Álvaro Cunhal, transcrito da Sera Nova, intitulado ‘Numa Encruzilhada dos Homens, redigido na sequência das ‘Cartas intemporais’ assinadas por José Régio naquela revista nº 608 e 609. Os presencistas são considerados ‘solitários’ (...). José Régio responde a este ataque na Presença (nº1, 2ª série).  (...) Polémica com um escopro diferente foi a que opôs Jofre Amaral Nogueira a António Sérgio, a propósito da obra de Antero de Quental, resvalando a discussão para o âmbito da filosofia (...)”.  (Daniel Pires in Dicionário da Imprensa Periódica Portuguesa do século XX).

Além do ensaio e da criação literária, apresenta secções de música e cinema (por Alves Costa) e crítica literária (por Abel Salazar, Alves Redol, António Ramos Almeida, entre outros), e também de ciência, onde uma vez mais se destaca Abel Salazar. Também à literatura galega lhe é dada particular atenção sendo publicados vários textos de Castelao, Lorca, etc.

Trata-se da colecção completa desta importante e rara publicação, ilustrada que veio a lume a 30 de Janeiro de 1937 e viu o seu último número em a 15 de Abril de 1940.

Encadernação In-Libris Officina inteira de pele gravada a laser na pasta da frente e lombada decorada com ferros manuais.

 


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