Poemas e Fragmentos de Safo — Eugénio de Andrade
25678-L24ANDRADE (Eugénio).— POEMAS e FRAGMENTOS DE SAFO. Limiar. (1974). 14x20,5 cm. 110-XVI págs. B.
“A poetas contemporâneos ficou reservada uma maior expansão da poesia de Safo, e não será desprovido de significado que o tenham feito três dos mais altos nomes: David Mourão-Ferreira(1970), Jorge de Sena (1971) e Eugénio de Andrade (1974). Dos dois primeiros, trata-se de um número limitado de exemplificações insertas no processo cronológico da história da poesia (...) Diferente é a posição de Eugénio de Andrade ao editar Poemas e Fragmentos de Safo, com noventa e cinco trechos atribuídos à poetisa.
Gostaria de não lhe chamar tradução. Até porque a excelente definição que o Poeta deu dessa actividade («Esta espécie de transfusão de sangue perdida, que é sempre o trabalho de tradutor») não lhe é adequada.
Chamar-lhe-ia recriação, se com isso não antecipasse desnecessariamente um juízo de valor a que o leitor destas páginas chegará por si. Mas desde já podemos dizer que se trata de um desses raros fenómenos de convergência artística, que permitem que uma obra-prima de uma língua passe sem murchar para outro idioma. Esta convergência era uma probabilidade que certas características da poesia de Eugénio de Andrade preludiavam insistentemente. As metáforas de que mais usa, a frequência da hipálage, a nitidez e rigor da expressão são qualidades que o aproximam da poetisa eólia. (...)
Maria Helena da Rocha Pereira”