Paulo Gaspar Ferreira. Anima Aquatica. Fotografia
PF001Tiragem limitada a 7 exemplares. Fotografia original, numerada e assinada, integrada no livro "Espíritos Elementares" editado pela In-Libris. Preservada em moldura de madeira natural e vidro "MUSEU"com protecção UV
Dimensões do trabalho: 58x80 cm. Dimensões da moldura: 95x116 cm.
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Ana Marques Gastão escreveu um poema para esta imagem:
Mulher perdida de langores funéreos e azulado desejo… Não escaparás,
Incólume, a este mar rubro. Comeste o manjar da noite,
Bebeste infusões de beladona sem te apartares de tão ruída aparição.
Como viverás na desfeita construção, na palavra áspera de teu nome inteiro?
No rasgão da descida, recuperaste o temor da queda guardada
na infância. Caíste fundo e quase não te vejo, não vejo a minha mão.
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A casualidade me fez. E fez também estas imagens que vieram do mar e da vontade dele. O acto simples (à praia apanhar conchinhas!) chamou outros seres que lá vivem ou morrem a nossos pés. Esses que nos quiseram começar querendo ter olhos (pequeninos...). Me explico: Um dia pensei que sou porque as algas que hoje fotografo me quiseram assim, olhador. Porque se quiseram sentir pela luz que lá estava. E criaram pequenas células, diferentes das outras todas que eram, que podiam saber a luz e a escuridão. Depois, milhões de anos depois, quiseram saber onde ela estava (a luz) e procuraram-na. Acredito que começaram a ver. Acredito que começaram a ser nós. Hoje, dou-me a pensar como é curioso o facto de querer produzir imagens desses primeiros seres olhadores, para que sejam alimento dos meus olhos que continuam teimosamente banhados na mesma água salgada. Hoje, dou comigo a pensar como é curioso o facto de continuarmos, depois de tantos milhões de anos, desesperadamente à procura de uma luz.
Paulo Gaspar Ferreira
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