NAS BOCAS DO MUNDO
16497-L22AZEVEDO (Narciso de).— NAS BOCAS DO MUNDO. I. O Panelo rachado. Companhia Editora do Minho. Barcelos. 1930. 15x21,5 cm. 128 págs. B.
“(...) E para me convencer, o teimoso amigo apresentou aos meus olhos pasmados a vasta Obra literária e artística do admirável Emânuel Ribeiro. O presente volume deriva em grande parte da leitura e do estudo da Obra emanuélica, que deve ser lida e apreciada de cócoras, pois que sòmente assim se presta homenagem aos Génios. Lendo-se os versos e as prosas emanuélicas, necessàriamente concluímos que passámos dos inocentes tempos em que os animais falavam para os tempos eruditos em que até as alimárias escrevem. (...) Emânuel Ribeiro, o Panelo Rachado, invadiu o ensino e nêle se entronizou aureolado de mediocridade, daquela dourada mediocridade — mediocratas aurea — com cuja exaltação Horácio, o imortal poeta romano, gastou parte da sua divina arte. (...)”.
E da parte final que o autor intitula Moral da Fábula e Juízo Final, transcrevemos: “(...) Descobrindo a esparralhada e audaciosa nulidade do Emânuel e a sua interferência numa reforma do ensino técnico — uma das coisas mais sérias para a vida dum povo —, com isto quisemos conceituar que ao sabor de desempenados nulos tem andado o nosso destino: Portugal, um país com uma epopeia de gigantes, tem sido orientado por uma farsa de anões. A simplicidade é a última conquista na arte. Os inferiores confundem a banalidade com a simplicidade. Fica explicado o motivo por que a crítca dá talento aos Emânueis (...)”.
Violento e humorado escrito contra Emanuel Ribeiro.
Ilustrado.
De raro aparecimento no mercado.