Lanterna (A)

13013-L22
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A LANTERNA. Folha política. Lisboa. (Imprensa de Sousa Neves). 1869-1873. 14,5x21,5 cm. 10 vols. E.

“O que é a Lanterna? É a luz que brilha na escuridão da noite para descobrir o mysterio das trevas. É um clarão sinistro que deixa distinguir de longe o vulto do miseravel que quer occultar nas sombras o seu crime. É um facho de reflexo vermelho, que illumina o fundo do quadro pavoroso da sociedade na scena de gloria do tragico drama, que ahi se ensaia no grande theatro nacional. A Lanterna entra no recondito do paço dos reis; do palcio dos nobres, da casa da burguezia, e da choça do plebeu. A toda a parte ella vae, ella irá descobrir os inimigos da liberdade e os traidores da patria. A Lanterna não quer conhecer as scenas da vida intima, Sendo toda politica a sua missão, ella sé vae escrutinar o que deve pertencer ao dominio publico. (...) A Lanterna (...) dará a luz ao povo nas questões da alta politica, que tem sido até hoje defezas aos profanos, que não teem entrada nos salões dourados das grandes orgias, e que ignoram (...) como se resolvem os destinos do paiz(...) A Lanterna é portugueza, e como tal hade dar toda a luz que poder na questão Ibérica para pôr de aviso os povos contra os traidores. (...) Finalmente a Lanterna não hade só esclarecer os povos, hade tambem communicar a luz aos altos corpos da nação, até ao vertice da columna constitucional, que é a coroa. N’uma palavra a Lanterna é para o povo e para o rei.”

Este o programa detalhado deste importante periódico do século XIX, que segundo Inocêncio: “(...)"saiu de diversas typographias, sendo a primeira a de Joaquim Germano de Sousa Neves (...), em fasciculos semanaes, bi semanaes ou mensaes, comprehendendo ora uma, ora duas, ora tres ou mais folhas, de impressão, e com mui variados titulos, depois da primeira serie. A collecção completa, que não é muito facil reunir hoje com todos os fasciculos então publicados (...)”, tendo causado violentas polémicas na imprensa da sua época, chegando a dar origem a “(...) um notavel processo, em virtude do qual esteve preso o dono da typographia, Sousa Neves, por não querer denunciar quaes eram os responsaveis pelos vigorosos e revolucionarios escriptos d'esta folha, considerados abusivos da liberdade de imprensa, e offensivos das auctoridades constituidas.

O primeiro redactor e o principal foi Antonio Augusto da Silva Lobo, seguindo-se-lhe o seu amigo Francisco Luiz Coutinho de Miranda.

DE GRANDE RARIDADE QUANDO COMPLETA COMO É O CASO DESTE EXEMPLAR.

Encadernações com lombadas e cantos em pele.


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